Resenha: O livro de Julieta

O livro de Julieta
de Cristina Sánchez-Andrade
Páginas: 160
Editora: Paralela


Classificação: 
Sinopse: "Um biquíni novo, um passeio de mãos dadas com os irmãos, uma piscina de bolinhas, a chuva, a rotina. Para Julieta, a felicidade é isso. Já para sua mãe, a jornalista espanhola Cristina Sánchez-Andrade, a felicidade é algo um pouco mais complicado, principalmente depois que sua filha foi diagnosticada com síndrome de Down. “Ela vai te fazer companhia a vida inteira”, “É um presente de Deus”, “Você é forte, vai superar” — é tudo o que tem ouvido desde então. Através de memórias, bilhetes, cartas, diálogos e impressões, este livro narra a história real de Cristina e sua filha, uma história de atividades, de trabalho, de cobrança, de médicos, mas também de amor, de carinho, de brincadeiras, de beijos. É a história do cotidiano de uma família e de uma criança muito especial, que é impossível não amar — mesmo quando ela insiste em fazer xixi nas calças todos os dias ou toma detergente enquanto ninguém está olhando."
A principio houve um amor a primeira vista pela capa, depois, pensei que o livro retratasse alguma versão do clássico "Romeu e Julieta", mas ao ler a sinopse e ver que era uma história real da própria escritora, fiquei fascinada e comprei imediatamente.

O livro tem capítulos curtos e sem ordem cronológica, mas isso não dificulta o entendimento do mesmo.

Cristina descobriu que sua filha tinha síndrome de Down assim que nasceu, pois não fez o exame que revelaria este fato, mas sente-se sortuda de não ter descoberto antes, porque assim não teve que 'optar' por algo que iria ficar torturando-a diariamente. 

Conseguimos observar com clareza a dificuldade da aceitação e a sinceridade de seus sentimentos para relatar suas dores que muitas vezes acabam nos chocando. Mostra também, os pequenos progressos e as grandes conquistas da pequena Julieta que é uma criança que nos cativa com sua alegria.

Ao ler consegui ter diversos sentimentos; me emocionei em algumas partes, ri com todas as bagunças que Julieta fazia, me revoltava com o preconceito das pessoas e admirava a ternura que a mãe foi adquirindo com o tempo. Gostei de ver o que se passa verdadeiramente na cabeça de Cristina, sem aquelas frases de motivação e blábláblás que vemos por aí. Me apaixonei pelo livro pela sinceridade transmitida e sem dúvidas está entre os meus 10 favoritos. 

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"Amar Julieta é muito fácil. Quer dizer, é impossível não amá-la. O problema é nossa maldita educação, o que arrastamos desde a infância. Em muitas casas nos educam para a inteligência, e não para o amor. A sociedade também nos leva por esse caminho." 
 Publicado em: 19/12/2013 

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